Como compartilhar um fato de abuso sexual que lhe aconteceu?  As famílias que se deparam com a violência sexual acontecida dentro de seu meio, vivenciam um grande conflito.

Como enfrentar essa situação e o que fazer? Campanhas são de extrema importância para ter esse fato manifestado, buscar impedir que esse sofrimento se prolongue, realizar a denúncia e auxiliar a prevenção.

A partir do momento da revelação é importante o acolhimento da criança / adolescente / adulto em busca da construção de segurança com a nova situação em que agora ela não precisa mais estar sozinha.  Em muitos casos, a revelação virá espontaneamente, ou será apresentada a partir de um sinal físico, mas em outros poderá vir de suspeitas de pessoas ao redor se concretizando.

Sendo um assunto delicado, é necessário procurar articulações entre as áreas da saúde e da justiça. Mudanças ocorrem na dinâmica familiar, assim como no comportamento e pensamentos da pessoa que sofreu a violência. É natural reviver os momentos de angústia e sofrimento e refletir se era possível ter evitado. É necessário acompanhar com cuidado o impacto e repercussões em atividades e sentimentos durante a continuidade de seu processo de desenvolvimento.

A violência sendo vista como um trauma, é importante uma avaliação para compreender os aspectos que interferem na família, na vida social, escolar, afetiva, profissional, fisiológica e de si mesmo.

Muitas pessoas da convivência de quem sofreu a violência, em especial as mães de crianças, também sofrem intensamente com cobranças se poderiam ter impedido, sentindo-se impotentes em relação à segurança e proteção da filha/filho. É preciso envolver a família no tratamento e acompanhamento do enfrentamento dessa ocorrência.

Profissionais da saúde e da justiça necessitam de treinamento específico na tentativa de amenizar danos aos envolvidos num caso de violência sexual. Em toda história da humanidade esse tema foi abordado com muitas mistificações e tabus, tendo atualmente um panorama voltado para o amparo e cuidado, mas ainda no caminho da construção de um ideal de atendimento.

O problema deve ser encarado e as pessoas envolvidas no acontecimento precisam ser ouvidas. Sendo uma longa jornada o fortalecimento e superação, é de grande valor expressar suas emoções na elaboração do trauma.

Hoje em dia, a questão do abuso sexual é vista de forma real, já se tem acesso e incentivos em aprimorar e evoluir o combate desse mal. Estamos no caminho do progresso da sociedade no enfrentamento desse dificuldade.

Marcela Eiras Rubio
Graduada em Psicologia pela Universidade São Marcos, Aprimoramento Profissional em Atendimento Interdisciplinar em Geriatria e Gerontologia pelo IAMSPE (Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual) e pós-graduação em Gestão de Pessoas pelo SENAC. Atuações como psicóloga hospitalar no Programa Melhor em Casa do Hospital Municipal Dr. Moyses Deustch – Mboi Mirim, HGIS (Hospital Geral de Itapecerica da Serra) e HRC (Hospital Regional de Cotia). Atualmente atua como consultora em Recursos Humanos na RHF Talentos – Unidade São Paulo.
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