Dentro da descrição da palavra CUIDAR, encontramos definições de dicionários populares, como sendo o sinônimo de tomar conta, tratar, zelar, vigiar, preocupar-se, interessar-se. Mas entendemos que pode ser muito além disso. Quando há um laço e forte vínculo na intenção de humanização, muitas vezes tenta-se oferecer muito além das possibilidades.

Ter um familiar com a saúde fragilizada gera um imenso desconforto, angústia, tristeza e preocupação, sendo intensificado vezes mais quando você se torna o responsável pelos cuidados dessa pessoa. O adoecimento, a fraqueza e a dependência trazem uma infinita dor tanto para quem está vivenciando como paciente, como para o familiar ou quem está acompanhando.

O cuidador passa por consideráveis transformações na vida, onde muitas vezes os mecanismos para enfrentar essa nova condição causam sensações de desespero e sofrimento.

A pessoa que sempre foi ativa e independente e que nas causalidades da vida se tornou dependente, é importante incentivar e valorizar ações que consigam fazer, mesmo que parcialmente.

Doenças trazem mudanças em hábitos, locomoções e pensamentos. Assistir a evolução de uma doença gera forte estado de impotência e de cobrança de querer fazer mais e além. É tentar trazer de volta o que mudou, a imagem da pessoa se altera. Querer ter o poder e o controle sobre as doenças e os sintomas.

Acompanhar doenças requer conhecimentos e busca de informações técnicas, sendo necessário se envolver com um cenário completamente diferente de seu cotidiano, de seus saberes e de suas formações.

A base para ser um bom cuidador é o interesse em querer bem àquela pessoa e auxiliá-la em sua higiene pessoal, alimentação e medicação. Tendo o interesse e o envolvimento, é que se constrói a segurança em adaptar-se em novas situações.

Cuidar de alguém demanda tempo, paciência e esforço. Um bom alicerce para encarar os cuidados de alguém é não esquecer de também realizar seu autocuidado físico e mental, sendo necessário para guiar o reconhecimento de seus limites, saber comunicar-se e evitar desgaste, estresse e sobrecarga.

Marcela Eiras Rubio
Graduada em Psicologia pela Universidade São Marcos, Aprimoramento Profissional em Atendimento Interdisciplinar em Geriatria e Gerontologia pelo IAMSPE (Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual) e pós-graduação em Gestão de Pessoas pelo SENAC. Atuações como psicóloga hospitalar no Programa Melhor em Casa do Hospital Municipal Dr. Moyses Deustch – Mboi Mirim, HGIS (Hospital Geral de Itapecerica da Serra) e HRC (Hospital Regional de Cotia). Atualmente atua como consultora em Recursos Humanos na RHF Talentos – Unidade São Paulo.
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