A principal função do nariz é adequar o ar ambiente para as condições ideais à troca de gases nos alvéolos pulmonares. Ele realiza essa função por meio da filtragem, aquecimento, umidificação e regulação do fluxo do ar inspirado. No entanto, em condições ambientais extremas, tais como baixa umidade relativa do ar, estes processos podem ser prejudicados, além da possibilidade de alterações inflamatórias na mucosa nasal.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera como ideal para a saúde humana a umidade do ar acima de 60%. Em alguns estados do Brasil, durante o período de estiagem, de maio a setembro, a umidade relativa do ar muitas vezes é baixa o suficiente para desencadear estados de alerta, com registros mínimos de até 10%.

“Tal ambiente seco pode ocasionar alterações no nosso organismo como ardência e ressecamento nasal. Muitas vezes podem ocorrer também sangramentos nasais decorrentes desse ressecamento, além de cronicamente poder evoluir para rinite.”, explica a Dra. Maura Neves, otorrinolaringologista.

Estudos mostram que em indivíduos expostos a ambientes com umidade relativa do ar de 10%, por apenas 90 minutos já ocorre ressecamento do nariz com lentificação do batimento mucociliar, um dos principais mecanismos de defesa do nariz. Mesmo que a umidade não seja tão baixa, a exposição prolongada a ambientes com umidade relativa do ar de 30% também ocasionará alterações na mucosa nasal.

Considerando-se que o vírus da gripe (Influenza) sobrevive por mais tempo em ambientes com umidade inferior a 50%, tem-se uma somatória de fatores que predispõem a um risco maior de desenvolvimento de infecções respiratórias:

ar seco + ar frio + aglomerado de pessoas com janelas fechadas = gripe

Para controlar a situação podem ser utilizadas medidas gerais: uso de umidificadores – que proporcionam o aumento da umidade relativa do ar localmente. O uso de solução salina a 0,9% para lavagem nasal (existe comprovação cientifica que ajuda na redução dos episódios de infecções respiratórias e diminui a intensidade e duração dos sintomas respiratórios durante um quadro de infecção). E, claro não se esquecer de manter boa ingesta hídrica.


Dra. Maura Neves é otorrinolaringologista da Clínica MedPrimus. Proporcionar bem-estar é o lema do corpo clinico MEDPRIMUS. www.medprimus.com.br

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *