Depois de alguns anos fora da televisão, Silvia Poppovic ressurge cheia de garra, no comando do programa Boa Tarde, que vai ao ar diariamente, no horário do almoço, pela TV Bandeirantes.

Elaborado para um público amplo, também faz questão de agradar aposentados e jovens, mas, principalmente a dona-de-casa. “Precisamos descobrir o que essa mulher consegue ‘digerir’ nesse horário, já que é um período bastante estressante do dia em que os filhos estão chegando e os maridos saindo para trabalhar”, afirma a apresentadora.

Apesar do grande sucesso de público logo na primeira semana de estréia, Silvia diz que a fórmula ainda não está pronta. “Queremos fazer o que for melhor para o público e só vamos conseguir isso aos poucos. Mas já percebemos que as matérias que mexem com fantasia da mulher fazem muito sucesso, por exemplo, sobre implantes de silicone e o consumo de bebida energética”, conclui.

Silvia Poppovic atendeu o Plena Mulher, com exclusividade, em um bate-papo descontraído. Mãe aos 44 anos, a apresentadora afirma que arriscou o trabalho só para poder cuidar da filha Ana, de 9 anos. “Arrisquei meu trabalho, porque não arriscaria a formação da minha filha”, revela. A jornalista também assume que teve a preocupação de não conseguir voltar para a televisão. “Em momentos mais pessimistas, tive a sensação de que teria que me reinventar”, diz.

Mas Silvia Poppovic deu a volta por cima. No auge dos 54 anos, ela mostra que voltou para ficar e com energia de sobra para dar conta de tudo: filha, marido, casa e o novo trabalho.

Você retornou ao mercado depois de dois anos. Não teve medo de não conseguir voltar?

Em momentos mais pessimistas, tive a sensação de que teria que me reinventar. E essa não era uma idéia que me desagradava. Porém, quando voltei a trabalhar na televisão, me senti em casa. Só não sei se vou aguentar esse ‘batidão’. Também não sei mais se quero ‘chutar qualquer bola’. Minha prioridade mudou agora, porque para mim o mais importante é a família e a minha qualidade de vida. Arrisquei meu trabalho, porque não arriscaria a vida da minha filha. E você tem que saber que você pode ir e voltar. E quando volta, você percebe que acaba vendo as coisas de forma diferente, com outro peso.

Silvia Poppovic Sorrindo Muitas mulheres acima dos 40 anos sentem dificuldade para o retorno ao mercado de trabalho. A idade atrapalha ou ajuda na tua função?

Acho engraçado, porque quando eu passo na redação, todo mundo me olha com uma cara de admiração. Não acho que minha idade atrapalha, eu acho divertido. Essa reciclagem é bem interessante. Os jovens têm a falta de prática e eu, que tenho mais experiência, complemento tudo isso. Tenho paciência com a evolução deles também.

Já sentiu preconceito por ser mulher?

Não, nunca senti. Como jornalista e mulher eu abri muitos caminhos, mas eu não sentia o preconceito porque eu não ligava para isso. Trabalhava e seguia em frente.

Ser mãe depois dos 40 foi decisão sua?

Não foi uma decisão minha, não, mas é que eu não tinha achado um companheiro que valesse a pena. Então, aos 44 anos, com o Marcelo do meu lado, eu percebi que estava na hora. Ele bancou esse meu projeto e eu passei por uma verdadeira e linda revolução nestes últimos dez anos.

Hoje em dia está cada vez mais comum a mulher ter filhos mais tarde. Acha que a mentalidade dela mudou junto com a inserção no mercado de trabalho?

Acho que é um grande sofrimento essa divisão, de ter que ficar entre a família e o trabalho, ver seu filho doente e ter que sair. Isso não é justo. Então, eu acho que quando você pode fazer esta ‘maternagem’ por mais tempo, se preocupar com a cultura da sua casa e da sua família, é maravilhoso. A vida corrida tira isso da mulher que talvez encontre na maturidade uma possibilidade de se dedicar mais aos filhos.

Silvia PoppovicCom o trabalho na tv, você consegue acompanhar o dia-a-dia da sua filha?

Consigo tudo, especialmente nesse horário em que o programa é realizado. Inclusive, desta vez, eu negociei um tempo maior de férias para que coincidam com as férias da minha filha e eu possa estar com ela nesse momento.

O que é mais importante: vida pessoal ou carreira?

O certo é o equilíbrio entre os dois. Acho que ninguém é feliz com uma opção só, porque representamos um monte de papéis na vida e em cada momento se vive mais intensamente um deles. O importante é saber circular por todos.

Tem medo de envelhecer?

O envelhecimento com saúde é nota dez, o envelhecimento com saúde e com curiosidade pela vida é nota vinte. Mas se você conseguir envelhecer com saúde, com curiosidade pela vida e ainda alcançar alguns sonhos, então você está realizada. Não ligo de falar a minha idade para as pessoas, mas sempre me pergunto por que elas querem saber tanto. Me sinto tão jovem!

Você já se sente realizada ou há muito o que fazer ainda?

Estou muito satisfeita com essa fase da minha vida, tudo é um grande desafio. Me sinto realizada em voltar para a televisão depois de ser mãe em período integral, de poder ter me dedicado inteiramente para a educação da minha filha. Vejo que dei a volta por cima.

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