De tempos em tempos a indústria farmacêutica se aproveita de efeitos adversos ou inesperados de algum medicamento e desenvolve uma linha daquela medicação com o foco centrado nessa adversidade.

Temos o exemplo da finasterida, medicamento usado originalmente para controle da Hiperplasia prostática benigna (HPB). Após alguns anos no mercado, notou-se que nos pacientes que usavam a finasterida continuamente, havia menor queda de cabelo e alguns com calvície inicial apresentavam até regressão do quadro. Hoje a finasterida é um dos medicamentos mais usados no mundo para controle de calvície androgenética.

De forma similar ao que ocorreu com a finasterida tivemos a bimatoprosta. A bimatoprosta é um análogo de prostaglandinas sintético, droga usada no controle da pressão intraocular. O oftalmologista Aron Guimarães, refere que a bimatoprosta é hoje uma das principais drogas existentes no combate do glaucoma, doença que causa aumento da pressão intraocular e pode culminar com a cegueira se não tratada adequadamente.

Pacientes com glaucoma, devem ter um controle rígido da pressão intraocular, com uso de colírios hipotensores. A bimatoprosta é aplicada na forma de gotas, instilada de um colírio, uma vez por dia, continuamente. Seu uso correto reduz a pressão intraocular e impede o avanço do glaucoma em grande parte dos casos.

Percebeu-se que boa parte dos pacientes que se tratavam de glaucoma com a bimatoprosta, apresentavam crescimento e aumento da espessura dos cílios após alguns meses de tratamento. “Mais uma vez, um evento adverso de um medicamento foi aproveitado pela indústria farmacêutica, que focou esforços para desenvolver uma formulação para pessoas que desejassem esse efeito estético nos cílios”, diz Guimarães.

Dessa forma a bimatoprosta vem sendo comercializada na concentração de 0,03% para aplicação na pálpebra superior na base dos cílios. A própria bula adverte que não seja usada nos cílios inferiores. Ela surge como uma opção para mulheres que desejam ter seus cílios aumentados. Vale lembrar que o efeito não é permanente, tendendo a reduzir ou desaparecer após um longo período de descontinuação. Além disso existem efeitos colaterais como vermelhidão ocular, pigmentação da íris, ardência ocular dentre outros. É importante consultar um especialista antes do uso.


Dr. Aron Guimarães é oftalmologista. www.aronguimaraes.com.br

4 comentários para “ Crescimento dos cílios com medicação tópica ”
    1. Prezada Flavia, orientamos você a contatar o oftalmologista Dr. Aron Guimarães que foi o entrevistado. Seu site de contato está no final da matéria. Agradecemos pelo contato.
      Equipe Plena Mulher

    1. Prezada Cláudia, sugerimos você procurar seu dermatologista ou oftalmologista para buscar orientação.
      Agradecemos pelo contato.
      Equipe Plena Mulher

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