Apenas talento não é mais um diferencial dentro do mercado de trabalho. Você pode ter todas as habilidades, formações, requisitos de uma vaga de emprego; porém o destaque dentro dos demais candidatos e a aprovação está bem mais além disso. A relação empresa – candidato mudou.

O que difere essa situação entre o que eu tenho a oferecer e o que o cargo solicita? As empresas têm passado por transformações dentro de suas estruturas e processos que precisam acompanhar o ritmo e a aceleração do mercado.

Um fator diferencial que se percebe é a rotatividade de mão de obra de forma geral. As pessoas não buscam mais a estabilidade de anos e a carreira dentro do mesmo lugar. Ninguém mais espera anos e anos por uma promoção e um plano de carreira; se espera isso instantaneamente, a curto prazo.  A situação mudou; opta-se pelo que a empresa tem a oferecer naquele momento.

Até que se perceba que em outra empresa há retorno, às vezes nem é o maior, mas sim o melhor retorno para o momento. Leva-se em consideração salário, benefícios, flexibilidades, porém, acima de tudo, o candidato deseja reconhecimento.

É importante para além de observar nas entrevistas de emprego, a análise crítica do perfil, os conhecimentos e as competências. É necessário ouvir quais são as expectativas dele frente ao trabalho, o mercado e o que espera da empresa. Muitas vezes está nos próprios candidatos a resposta das dificuldades de se achar alguém “ideal” para a vaga.

Dentre as respostas, de longe, a que se destaca mais e dispara na frente sobre expectativas é reconhecimento. Quando o chefe/líder da empresa não reconhece os esforços de seus colaboradores, ele não corresponde mais a todo seu nível de conhecimentos e experiências.

Se ele não sente que é reconhecida sua contribuição para a empresa, que seu empenho e atividades são satisfatórios e se ao invés de gratificar e estimular os colaboradores, apenas impõe mais pressão, mais metas, desfavorece o ambiente e distancia cada vez mais atingir resultados, com propósito e motivação.

Por mais que as empresas tenham se atualizado e humanizado sua forma de ver e gerenciar os colaboradores, ainda há muito a investir no que muitas vezes é o mais difícil e quase inacessível: as relações interpessoais.

Muitas vezes, por hora, atingem-se incríveis números, objetivos, resultados; porém se não se investir e compreender o ser humano e suas relações não se consegue acompanhar em um mesmo ritmo o sucesso. Pois é pelo trabalho humano que se atinge o sucesso, assim como o fracasso.

Quem faz os números são os próprios colaboradores e se não existir um olhar para atenção a ele, inúmeras pessoas vão entrar e sair no mesmo cargo por várias vezes. Você vai achar que ele que não se adequou, que ele não tinha o perfil, mas você esqueceu de observar o que faltou nele para que executasse um bom trabalho. Conhecer as expectativas é uma simples forma de alinhar e a empresa adequar-se a realizar, senão a vaga continuará aberta e rotativa.

Marcela Eiras Rubio
Graduada em Psicologia pela Universidade São Marcos, Aprimoramento Profissional em Atendimento Interdisciplinar em Geriatria e Gerontologia pelo IAMSPE (Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual) e pós-graduação em Gestão de Pessoas pelo SENAC. Atuações como psicóloga hospitalar no Programa Melhor em Casa do Hospital Municipal Dr. Moyses Deustch – Mboi Mirim, HGIS (Hospital Geral de Itapecerica da Serra) e HRC (Hospital Regional de Cotia). Atualmente atua como consultora em Recursos Humanos na RHF Talentos – Unidade São Paulo.
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