Como lidar com as mudanças da pele nas novas fases da vida. A Juventude e a beleza vivem associadas, é o que está em nosso subconsciente. Digo subconsciente, e não inconsciente, uma vez que somos bombardeados com notícias e informações que ressaltam todo momento que “o jovem é belo”.

Mas, a beleza pode (e deve) ser exaltada a qualquer momento! Basta que estejamos equilibrados internamente e que nos sintamos bem com nós mesmos. Quanto mais estudamos, entendemos que a beleza externa é reflexo do equilíbrio interno. Sendo assim, algumas características do envelhecimento podem ser esperadas em cada década:

Aos 30 anos

A jovialidade está no auge. Algum indício de flacidez já pode ser notado, principalmente nas pálpebras e no sulco nasogeniano, o que o leigo conhece como “bigode chinês”.

A partir dos 30 anos, tem início a degradação das fibras de colágeno e elastina, que são fibras que conferem sustentação para a pele. Por esta razão, esses primeiros sinais de flacidez começam a aparecer, principalmente naquelas pessoas geneticamente pré-dispostas. Os fatores externos também influenciam muito, já que a pele é o único órgão que possui dois processos de envelhecimento, o interno (intrínseco) e o externo (extrínseco). Dos fatores externos, os que mais contribuem para o envelhecimento da pele são o tabagismo e o sol. Assim, aquelas pessoas que fumam e se expõem muito ao sol provavelmente irão aparentar mais envelhecidas já aos 30 anos.

Nesta fase, quanto maior o estímulo, para a produção de colágeno, que pudermos oferecer, menor será a flacidez. Para este cuidado algumas dicas são muito importantes:

  • Aumente a ingesta de frutas, verduras e legumes, pois possuem substâncias anti-oxidantes que reduzem a degradação das fibras de colágeno;
  • Coma carne vermelha pelo menos três vezes por semana, pois as reservas de ferro precisam estar em níveis críticos para a produção das fibras de colágeno;
  • Hidrate-se, tome muita água! Uma pele hidratada é uma pele mais protegida;
  • Use filtro solar, pelo menos para tentar reduzir um dos principais fatores externos de envelhecimento da pele;
  • Use e abuse dos cremes anti-idade, claro que com a devida orientação do seu dermatologista;

Aos 40 anos

Nesta década, os níveis hormonais apresentam um decréscimo importante, tanto para as mulheres com a menopausa quanto para os homens com a andropausa. Isto se reflete na pele, acelerando o envelhecimento natural, ou seja, intrínseco.

Com a queda dos níveis hormonais, a pele (facial e corporal) torna-se menos hidratada, mais ressecada e mais frouxa. As bolsas palpebrais ficam mais evidentes e começam a aparecer aquelas rugas em volta dos lábios. As pessoas de pele oleosa e negra são mais protegidas contra este processo, já que a oleosidade natural confere um pouco mais de proteção a pele. Em alguns casos, a reposição hormonal é indicada e recomendada, o que melhora os níveis de hidratação da pele, desacelerando o processo de envelhecimento. Mas, não são todas as pessoas que se beneficiam com o uso de hormônios.

A partir da segunda metade da quarta década, a renovação celular torna-se mais lenta. Algumas orientações podem compensar esta lentidão:

  • Se você ainda fuma, o ideal é parar! Além dos riscos aumentados da incidência de câncer, as toxinas emitidas na fumaça do cigarro aceleram a degradação das fibras de colágeno e elastina, piorando a frouxidão da derme;
  • Faça atividades físicas regulares – isto aumenta o ciclo de hidratação da pele, mantendo-a mais hidratada. Além da liberação de endorfinas durante o exercício que promovem, também na pele, a sensação de bem estar;
  • Mantenha uma ingesta adequada de frutas, legumes e verduras, pois é uma forma natural de reduzir a toxicidade dos radicais livres na pele;

Aos 50 anos

Nesta fase, todas aquelas evidências do envelhecimento ficam mais acentuadas, como os sulcos nasogenianos e as bolsas palpebrais. Além disso, há uma reabsorção óssea e cartilaginosa, resultando na perda da projeção da região malar (maçã do rosto), perda do contorno facial, e flacidez da pele na face e no pescoço.

A maioria das mulheres com mais de 50 anos já tiveram sua menopausa. Neste momento, pode haver uma redução fisiológica dos cabelos, assim como um afinamento dos fios. As unhas também ficam ais frágeis e descamativas. Naquelas pessoas que sempre se cuidaram, os sinais do envelhecimento ficam menos evidentes, e os cuidados devem incluir:

  • Manutenção de uma alimentação equilibrada;
  • Prática de atividades físicas regulares;
  • Alguma atividade relaxante, como yoga, meditação, orientação musical, pinturas (isto torna a pessoa mais centrada e equilibrada e menos suscetível àqueles fatores externos que aumentam a produção dos radicais livres);
  • Fazer (se ainda não o faz) uma suplementação vitamínica e de oligoelementos a fim de melhorar o equilíbrio orgânico, e fornecer a pele, unhas e cabelos, nutrientes adequados.

Acima de 60 anos

A beleza a partir da sexta década de vida é definida pela manutenção de uma pele hidratada e saudável, estendendo-se às unhas e aos cabelos.

Claro que todos aqueles sinais – rugas, flacidez, perda de contornos – pioram progressivamente. Mas, nesta fase, é nítida a diferença entre aquelas pessoas que sempre se trataram e aquelas que nunca o fizeram. A qualidade da pele, a textura, a capacidade de manter a hidratação e a firmeza dependem de influências genéticas, mas também, do estilo de vida que se leva.

Os tratamentos clínicos, aplicação de lasers, utilização de cremes anti-idade, procedimentos cirúrgicos podem realçar a beleza da pele de cada um. Mas, somente o estado de equilíbrio interno pode manter esta beleza.


Dra. Cristiane Braga Lopes Kanashiro é especialista em Clínica Médica, Dermatologia e Nutrologia. Nutróloga pela ABRAN (Associação Brasileira de Nutrologia), atua nas áreas de Medicina Estética na Prevenção do Envelhecimento Cutâneo e nas patologias dos cabelos (Tricologia). Também foi Fellow da Universidade Livre de Bruxelas – Bélgica.

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