Há pelo menos 2 mil anos já se sabe que o amor deve começar em você.

Não nascemos para ficar sozinhos e muitas vezes a solidão dói tanto, mas tanto, que essa pergunta nem quer saber mais de resposta, quer é uma solução eficiente e rápida – “porque quero um amor é agora, não quero uma explicação!”

Quando somos tomados por este estado de espírito de “ambulância”, o que era para acontecer naturalmente e ser gostoso por natureza, vira amargura e urgência de preencher o lugar vazio.

Então… o tal vazio vai ficando cheio de sentimentos que fazem mal.

Daí vem mais cansaço. De bater a cabeça (e o coração) no muro da busca frustrada, da decepção com um e outra, da espera que parece nunca ter fim, da carência que cresce mais. Muitas vezes a exaustão é tamanha que afeta o humor e prejudica a saúde, o trabalho e até as relações sociais e familiares.

Daí o dedinho empurra o primeiro dominó e desencadeia uma sequência de comportamentos desesperados (de agradar, de chamar a atenção, de competir, de fingir ser quem não somos, porque não nos achamos “bons o bastante”).

E quando o último dominó vem ao chão, sem resolver absolutamente nada, estamos tão pra baixo que nem lembramos mais o que é amor. Sequer acreditamos que isso exista mais do que a Fada do Dente. A negatividade toma conta de vez dos nossos pensamentos e emoções, o céu se fecha, a noite eterna se instala dentro e em volta de nós – como se eterna fosse mesmo.

A situação parece tão sem saída – e sem entrada – que pra cúmulo dos cúmulos, como se não faltasse mais nada, até aquela pessoa com quem estava quase rolando um clima passa a nos evitar.

“Mas pooor queee isso está acontecendo comigo?”

Porque os outros captam de alguma maneira nossa negatividade, nossa carência, nosso desespero, nossos joguinhos de sedução. E nem o fato de ter o corpinho que pedimos a Deus dará jeito nessa situação, porque emocionalmente estamos pesando toneladas.

E para quem imagina que o problema é falta de gente disponível, Eric Klinenberg, pesquisador da Universidade de Nova York, levantou dados surpreendentes: no mundo existem 277 milhões de pessoas sozinhas – sem falar de crianças, adolescentes e bebês!

E como é que você pode sair desta lista e ter um amor de verdade?

Lembra da máxima bíblica “ama teu próximo como a ti mesmo”? Pois, então, a pelo menos 2 mil anos já se sabe que o amor deve começar em você.

Mas como é que se faz isso?

É incomensuravelmente mais simples do que toda a energia gasta para nada até chegar ao ponto de não sobrar ânimo nem para buscar um copo d’água na cozinha. E incomensuravelmente mais gostoso do que todas as lágrimas (repletas de sal) que choramos enquanto isso.

Receita

Desenvolva um olhar amoroso. Queira bem a cada pessoa, bicho, planta que cruzar o seu caminho. Abençoe em silêncio tudo que vive. Todos os dias. De preferência o dia todo.

“Mas só isso, Mariana?!”

Só! Porém, requer prática diária e não pode ser feito por interesse, tipo “vou fazer isso pra conseguir um amor”. Se tiver segundas intenções nem comece, porque não vai dar certo.

“Ok, e depois o que acontece?”

De repente um sentimento quentinho começa a nascer dentro de você. De repente seus olhos começam a brilhar. De repente você descobre que a sua vida tem um monte de coisas bonitas que você não via antes. De repente as pessoas passam a tratar você com mais gentileza. De repente você se torna uma pessoa gostosa de ter por perto. De repente você se percebe sentindo bem-querer por tudo, até por você. De repente você está feliz sem razão. De repente você para de sentir inveja de casais apaixonados e os abençoa também. De repente alguém aparece. De repente o papo flui tão redondinho, tão leve, que de repente você se dá conta que não precisa fazer força alguma para se gostar ou para que gostem de você. De repente isso tudo aconteceu. E olha que você nem estava com sua roupa caríssima, com o cabelo alinhado e com o seu melhor perfume.

Você simplesmente ajustou a forquilha e achou amor aí dentro. O resto foi consequência.


Mariana Viktor é formada pela Sociedade Brasileira de Coaching (SBC) e pelo Instituto Brasileiro de Coaching (IBC). Especializada em Coaching de Relacionamento e Emotional Freedom Techniques (EFT), é certificada em Psicologia Positiva pela metodologia do professor Tal Ben-Shahar, de Harvard. Jornalista, dedicou-se às áreas de Comportamento, Saúde Holística e Sexualidade, sendo pós-graduanda em Terapia Familiar e coautora do livro Saúde Emocional (Editora Ser+). www.euenos.com.br

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