Embora a prevalência do sexting seja maior entre adolescentes, com mais idade, e em dispositivos móveis, versus computadores, o estudo coloca uma questão à qual se deve prestar especial atenção: a entrada de pré-adolescentes entre 10 e 12 anos nas práticas de sexting.

Sexting é a prática de enviar ou receber imagens de pessoas nuas ou seminuas ou mensagens de texto sexualmente explícitas. O ato pode acontecer por livre e espontânea vontade ou quando uma pessoa pressiona outra para enviar uma foto nua ou seminua.

De acordo com uma meta-análise publicada na revista JAMA Pediatrics, um número considerável de jovens menores de 18 anos participa ou já participou de práticas de sexting em algum momento; especificamente um em cada sete (15%) enviando material sensível e um em cada quatro (27%), recebendo-o.

“Para os adolescentes, esse cenário pode acontecer entre pessoas que estão namorando ou com aqueles que apenas começaram a se gostar e um adolescente é solicitado a “provar” que ele gosta da outra pessoa. O sexting também pode acontecer quando uma pessoa envia uma foto nua ou seminua para outra sem pedir o consentimento primeiro. O sexting pode levar à propagação das fotos ou mensagens, de modo que outras pessoas as vejam ou as distribuam.

Para adolescentes, isso pode acontecer se um namoro terminar, o casal briga ou um amigo empresta o telefone do adolescente, vê as fotos e as manda para outras pessoas”, explica o pediatra e homeopata Moises Chencinski.

Assim, pode não ser surpreendente saber que o sexting tem muitos riscos, que incluem sofrimento emocional, para aqueles que são pressionados a enviar essas fotos, bem como para os que as recebem. O sexting também pode causar danos morais se as fotos forem amplamente distribuídas, trazendo maior sofrimento ou embaraço. O sexting pode desencadear consequências legais. No entanto, a prática não é rara.

Por que os adolescentes se envolvem em sexting?

Esse é um momento de vida em que os adolescentes estão aprendendo sobre seus próprios corpos, como assumir riscos e sobre atrações românticas. Para alguns adolescentes, se envolver em sexting pode parecer uma maneira de explorar sua atração por alguém. “Recomenda-se que, em vez de ter uma grande conversa sobreo tema, os pais, responsáveis e professores tenham várias pequenas conversas, ao longo do tempo, para verificar o entendimento do adolescente, ver se há perguntas e reforçar as mensagens-chave”.

Dicas para falar com seu filho sobre o sexting

Comece a discussão cedo

Comece a conversa com seu filho, fazendo perguntas amplas como, “Você já ouviu falar de sexting? Diga-me o que você acha que é.” Você pode enquadrar a conversa em torno de quanto seu filho sabe ou não. “Comentar sobre uma história veiculada na imprensa, na comunidade ou na escola é um bom momento para abordar a questão. Enfatize as consequências do sexting, como demonstrado por situações nas notícias onde houve problemas”.

Use exemplos apropriados para a idade do seu filho

“Para pré-adolescentes com telefones celulares, deixe-os saber que as mensagens de texto nunca devem incluir imagens de ninguém sem roupas. Para os adolescentes, seja específico sobre o que é sexting e que essa prática pode levar a sérias consequências. Para todas as idades, lembre-lhes que, uma vez que uma imagem é enviada, ela não está mais sob seu controle e não há como recuperá-la. O que está on-line ou enviado via texto pode existir para sempre e ser enviado para outros”.

Lembre seu adolescente de seu próprio valor

Deixe seu filho saber que ser pressionado para enviar uma foto sem roupa não é legal, nem é uma maneira de “provar” o amor ou mostrar atração. “Deixe seu filho saber que você entende que é difícil ser pressionado ou desafiado a fazer algo, mas que ele tem o poder de se defender. Lembre-o de que ele merece respeito”.

Para maiores informações

Para os pais, o Manual de Sexting do Media Commons: https://www.commonsensemedia.org/sites/default/files/uploads/landing_pages/sexting_handbook_ce_1020_1_.pdf

Para adolescentes, para ajudar a resistir à pressão do cyber-par: https://www.thatsnotcool.com


Dr. Moises Chencinski (CRM-SP 36.349) é pediatra e homeopata. http://www.drmoises.com.br

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *