Buscar alguém para suprir todas as suas necessidades é um dos caminhos mais frustrantes que uma pessoa pode escolher. O melhor meio, como diz o budismo, é ter primeiro uma relação plena e feliz consigo mesmo, para aí se relacionar e amar outra pessoa de forma saudável.

Esse é um tema que vem sendo abordado com mais frequência nos consultórios psicoterápicos, na vida social e até na literatura. Um exemplo recente foi o sucesso de vendas do livro infantil “A parte que falta”, do autor norte-americano Shel Silverstein.

A publicação atingiu milhões de vendas após a youtuber Julia Tolezano ler, de forma espontânea, a história em seu canal (Jout Jout Prazer). O livro fala de um ser circular que está em busca da parte que lhe falta. De forma leve, ele mostra que ao contrário do que nos ensinaram não precisamos achar nossa metade para sermos felizes. Chegar a essa consciência foi libertador para o personagem.

A psicóloga Cristina Santos, dá algumas dicas para detectar pontos que podem ser melhorados para uma relação saudável com você e o seu parceiro ou parceira:

Seja responsável por sua própria felicidade

Quando se fala de relacionamento amoroso, o que ronda o nosso imaginário é aquela imagem onde tudo flui da melhor maneira como se fossem metades que se completam. É preciso lembrar que viemos de hábitos, crenças, educação e histórias de vida muito diferentes. Então não procure encontrar alguém que supra todas as suas necessidades emocionais.

Cuidado com cobranças exageradas

Preste atenção no seu padrão de pensamento e comportamento. Perguntas como: “Será que não estou sendo muito dura comigo? “Estou exagerando em ter ciúmes disso? e “Sendo quem eu sou, como posso colaborar para que meu relacionamento seja mais satisfatório?” ajudam a refletir sobre as causas e consequências de nossos atos, e deixar de lado expectativas exageradas que só geram frustração.

Só o amor não alimenta uma relação

Amar é essencial, mas é preciso cuidar da forma que esse amor será construído, e isso depende das duas partes. O amor é uma escolha diária, onde cada um deve se empenhar e dedicar tempo ao relacionamento. Por isso é importante ter duas pessoas inteiras na relação. Elas não iram sem completar, mas sim, transbordar o que o outro tem de melhor e, assim, superar os momentos difíceis com assertividade.

Valorize os pequenos momentos

Muita gente pensa que felicidade é estar alegre o tempo todo, que se encaixa no ideal romântico que é muito valorizado pela mídia e pelo cinema. Não há mal nenhum em ser romântico, é até estimulante, mas precisamos valorizar a simplicidade do dia a dia. Compartilhar os pequenos e bons momentos ajuda a consolidar valores como cumplicidade, confiança e respeito entre o casal.

Seja autêntico e verdadeiro

É importante ser leal às suas ideias, isso mostra os seus valores. Muitas vezes, é a diferença na forma de pensar que encanta o outro e o leva a querer conhecer mais sobre você. O movimento de se deixar conhecer é fundamental para um bom relacionamento.


Cristina Santos é psicóloga e realiza terapia com casais.

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