A endometriose na gravidez. Mulheres com o problema são mais propensas a complicações durante a gestação.

A endometriose é diagnosticada quando o endométrio, tecido que reveste o útero, não é eliminado na menstruação e cresce para fora da cavidade uterina, gerando uma inflamação onde se instala. O endométrio pode se aderir aos ovários, a parte de fora do útero, às tubas, ao intestino, à bexiga e em situações mais graves nos rins e até no pulmão.

“A endometriose é vista como uma das causas de infertilidade feminina por que quando ela atinge às tubas a passagem do óvulo maduro para o útero é impedida e não há concepção. Porém, se a doença estiver em um estágio leve e não afetar os ovários e nem as tubas a mulher consegue engravidar de forma natural”, explica Dra. Erica Mantelli, ginecologista e obstetra.

Durante a gestação, por causa da falta de estrogênio na corrente sanguínea o tecido endometrial tende a regredir, mas depois do nascimento do bebê a doença pode voltar e até de forma mais grave.

“Não realizamos nenhum tipo de tratamento para a endometriose durante a gestação. Na maioria dos casos é possível esperar o nascimento do bebê para tomar outras medidas”.

Mas, uma gestação em que a mãe tem endometriose deve ser acompanhada de perto, principalmente se a doença for profunda ou grave. Neste caso os riscos são: abortamento, parto prematuro, complicações relacionadas à placenta e eclampsia.

“Os três primeiros meses de gestação são os mais importantes. Há casos em que se faz necessário a reposição hormonal para aumentar a oferta de progesterona, mas não é preciso adotar nenhuma outra medida específica. Depois desse período a gravidez tende a transcorrer normalmente mesmo se houver focos de inflamação”.

Mais a Endometriose!

Segundo a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) a endometriose atinge de 10% a 15% das mulheres em idade reprodutiva. A maioria dessas pacientes sentem dores abdominais durante a menstruação, tem dificuldade de engravidar e relatam desconforto durante a relação sexual. Os incômodos podem ser leves ou impedir que elas realizem suas atividades de rotina. Porém, o alerta fica para as consultas ginecológicas de rotina, já que 5% dessas pacientes não terão nenhum sintoma de alerta para o problema.


Dra. Erica Mantelli é ginecologista e obstetra, pós-graduada em Sexologia pela Universidade de São Paulo (USP).

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