Como a ciência tem evoluído para proporcionar os melhores tratamentos às pacientes com câncer de mama.

Assim como uma mulher nunca é igual a outra, por mais parecida que seja aos nossos olhos, o câncer de mama não é uma doença única. Com a evolução da oncologia, sabemos hoje que existem diferentes subtipos de câncer de mama que se comportam de maneiras distintas, com prognósticos e tratamentos diversos.

O câncer de mama é a neoplasia mais comum entre as mulheres em todo mundo. Para este ano, segundo estimativa do Instituto Nacional do Câncer (INCA), serão 57.960 novos casos.  A incidência do câncer de mama é ainda crescente no Brasil por dois motivos: o envelhecimento da nossa população e o desenvolvimento de novas técnicas diagnósticas. Em contra partida, enquanto em países desenvolvidos como os EUA a mortalidade por câncer de mama vem caindo ao longo dos anos, devido aos novos tratamentos e ao diagnóstico precoce, no Brasil, pelo acesso restrito a saúde, a mortalidade ainda vem aumentando.

O mais importante no tratamento do câncer de mama hoje é a abordagem multidisciplinar e individualizada para cada paciente. Antes de programar o melhor tratamento, o oncologista deve avaliar qual é o subtipo molecular de câncer de mama daquela paciente, pois somente assim poderá saber se determinado remédio ou procedimento será eficaz em combater a doença. “Esse momento é crucial para termos sucesso no combate à doença, tanto no tratamento curativo, que é a maioria dos casos, quanto no controle da doença avançada, que possibilita a paciente não só viver mais, mas também viver melhor. O entendimento da biologia tumoral e das novas terapias alvo são fundamentais para obter sucesso, e é isso que vai orientar a escolha do tratamento de forma individual para cada caso.”, diz a oncologista Maíra Tavares.

A quimioterapia, tratamento mais conhecido e mais temido contra o câncer, pode não ser a opção mais assertiva para todas as pacientes. “No câncer de mama metastático receptor hormonal positivo, por exemplo, o principal tratamento é a hormonioterapia, que é uma terapia alvo muito eficiente, em forma de comprimidos e com poucos efeitos colaterais”, afirma a especialista.

A heterogeneidade tumoral tem testado a ciência a todo tempo. A genética vem sendo a maior aliada dos pacientes com câncer, já que identificando as mutações responsáveis pelo crescimento tumoral, ela possibilita o desenvolvimento de novas drogas direcionadas. “A avaliação do DNA tumoral hoje já pode ser feita até por uma amostra de sangue do paciente com câncer metastático, é o que chamamos de “biopsia líquida”. Através desta técnica, podemos avaliar quais as mutações presentes naquele tumor e qual a melhor terapia disponível para aquela alteração.”, conclui Dra. Maira.


Dra. Maíra Tavares é oncologista do Grupo da Oncologia Mamária da Clínica AMO – Assistência Multidisciplinar em Oncologia.

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