As mulheres podem redescobrir o sexo aos 60 anos, como no filme “Do Jeito que Elas Querem” que conta como a mulher pode ter uma vida sexual prazerosa na terceira idade. 

Depois de um certo período, especialmente no caso das mulheres, a idade passa a ser um tabu. Muitas delas não se sentem à vontade para falar sobre a terceira idade, já que muitos preconceitos cercam essa fase da vida. Alguns deles são o sexo e o relacionamento amoroso para quem tem mais de 60 anos.

Foi pensando nisso que Hollywood estreou recentemente o filme “Do Jeito que Elas Querem”, mostrando que, sim, a mulher pode se apaixonar em qualquer idade. Além disso, a comédia romântica mostra que essa mulher de hoje, acima de 60 anos, pode despertar de novo o imaginário sexual, servindo de gatilho para muitas aventuras amorosas.

No elenco, só atrizes de peso, como Jane Fonda, que interpreta Vivian, uma mulher à frente de um hotel de luxo em Los Angeles e que participa de um clube com mais três amigas. São elas: Sharon (Candice Bergen, 72), Diane (Diane Keaton, 72) e Carol (Mary Steenburgen, 65).

“A mulher que hoje se encontra a partir dos seus 60 anos de idade, é muito diferente das mulheres acima de 60 que tínhamos anos atrás. Hoje ela procura mais qualidade de vida para ela. Muitas vão em busca de recursos através de medicamentos, como colágeno e vitaminas, que podem ajudar no processo do envelhecimento. Além disso, é uma mulher que passou a rever suas questões sexuais também”, explica a sexóloga Carla Cecarello.

Não se deve fazer comparações com mulheres mais novas porque são ritmos e fases diferentes da vida. Porém, reforça ela, as dificuldades das mulheres nessa faixa de idade de encontrarem um parceiro e que valha a pena é tão difícil quanto para as mulheres mais jovens. É justamente por isso que hoje em dia já vemos mulheres mais maduras nesta faixa de idade se aventurando no sexo casual.

“Hoje essa mulher acima dos 60 anos quer entender como é sair com um homem e não entrar num relacionamento sério com ele. Até para que ela possa ganhar um pouco mais de experiências sexuais para entrar num novo relacionamento lá na frente e, portanto, ser mais satisfatório. Se relacionar casualmente, ou seja, sem compromisso, ajuda até mesmo a retomar a confiança de se envolver com outra pessoa. Também é uma opção para não se sentir sozinha se você não está disposta a assumir nesta fase da vida uma relação mais séria”.

No entanto, é difícil para muitas mulheres se envolver casualmente porque, primeiro, elas precisam romper uma grande barreira. “Mas as mulheres são bem corajosas. Elas estão se permitindo cada vez mais vivenciar essa experiência para tentar buscar uma melhora da sua vida”.

Alguns tabus que valem a pena deixar de lado para ter uma vida sexual mais prazerosa depois dos 60 anos e se jogar em aventuras amorosas:

Mulheres mais velhas podem, sim, se envolver com homens novos – “Hoje essas mulheres com 60 anos se cuidam, tem um astral muito legal, procuram se informar, se inteirar das novidades, do que está acontecendo no mundo. Por isso, inclusive, elas costumam se envolver e chamar a atenção de homens mais jovens. Realmente pode acontecer isso. Então, nada de preconceitos. Essa mulher precisa permitir-se se aventurar, viver o máximo possível de uma maneira muito mais satisfatória, leve e divertida”.

Encare a secura vaginal de uma maneira natural – “Outro tema que costuma ser um desconforto para muitas mulheres que tem uma vida sexual ativa mesmo depois dos 60 anos é a secura vaginal. Muitas acabam evitando o sexo porque podem sentir na hora da penetração. Isso acontece porque a mucosa vaginal está bem fininha nessa fase da vida por conta da perda de colágeno, da perda de estrogênio, então, a mulher fica mesmo com a região um pouco mais delicada. Neste caso, é muito importante, que se faça uma lubrificação que não seja natural. Para isso, a mulher precisa usar um gel que não tenha hormônio, que seja à base de água, mas que ela possa brincar na hora, pedir para que o parceiro passe, descontraindo essa situação para que ela não fique com vergonha e nem ele ache chato fazer isso”.

Não é feio receber e fazer carinhos publicamente – “Um outro tabu que eu vejo é beijar na boca. Beijar na boca e na frente das pessoas. Essas mulheres mais velhas vêm de uma educação que diz ser muito feio ficar se mostrando na frente dos outros, ficar se beijando na frente dos outros. Até mesmo pegar na mão na frente dos filhos, na frente dos netos. Muitas vezes essa mulher fica envergonhada disso. Mas, veja, namoro é isso. Estar com alguém é isso. É poder beijar, abraçar e pegar na mão. Essa mulher precisa entender que se isso acontece é porque tem carinho, é porque tem vontade de estar junto. Livre-se dessa vergonha dos filhos e netos, especialmente se ela for investir num relacionamento mais sério. Pelo contrário, mostre que deve existir carinho numa relação”.

Curta o sexo com posições sexuais confortáveis – “Mulheres nessa faixa de idade têm problemas de artrose, dificuldade com a musculatura, já não tem muita flexibilidade. Dependendo da posição vai provocar um pouco mais de dor e incômodo na hora da penetração. São mulheres que precisam aprender a encontrar uma posição que seja satisfatória a elas nessa fase da vida para que ela não encontre um desconforto. Então, muitas vezes ficar de conchinha, é uma forma de ter o afeto. Abraçadinho também é uma posição bacana, interessante. O próprio papai e mamãe pode ajudar muito. Mas posições como ficar de quatro pode provocar um certo desconforto não só para a penetração, mas um desconforto físico mesmo. A não ser que essas mulheres sejam mais preparadas fisicamente”.

Masturbação ajuda no autoconhecimento do próprio corpo e do prazer – “Um outro tabu é com relação a masturbação, principalmente se forem mulheres que vêm de um relacionamento muito repressor, um relacionamento anterior muito fechado. Então, a masturbação é algo quase inexistente na vida dessa mulher até uma fase da vida. Por isso, é muito importante retomar ou iniciar a prática da masturbação como uma maneira dessa mulher se conhecer, conhecer suas próprias sensações, conhecer o seu corpo, perceber que jeito ela gosta de ser tocada e, é claro, se preparar para um orgasmo”.

O perfil da mulher, ao longo da vida, que teve uma vida sexual intensa ou satisfatória ou que sempre viu o sexo como uma coisa positiva e interessante. “Essas mulheres vão envelhecer também desta maneira, buscando mais sexo, buscando se interessar mais nas questões relacionadas a sexo. Então, um dos pontos importantes dessa mulher que realmente gosta de sexo e está interessada em sexo na terceira idade é aproveitar e curtir. E se essa mulher está sozinha, ela deve experimentar relacionamentos casuais para que possa se descobrir melhor sexualmente, experimentar novas experiências, até para que, posteriormente, escolha definitivamente um parceiro ou o que ela gostaria de fazer, vivenciar”.


Carla Cecarello é sexóloga do C-date, o primeiro site de encontros casuais da Europa. Atualmente está presente em 35 países e tem mais de 15 milhões de usuários. O perfil dos usuários é composto por pessoas com idade entre 30 e 50 anos e que procuram viver aventuras sem compromisso, de forma elegante. www.c-cade.com.br

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